sexta-feira, 29 de outubro de 2010

uma vez, ou outra.


Faz-me bem, uma vez ou outra, apanhar a chuva da vida.

Faz-me bem, uma vez ou outra, rir e chorar ao mesmo tempo.

Faz-me bem, uma vez ou outra, pensar em mim mesma.

Faz-me bem, uma vez ou outra ficar em casa dias seguidos.

Faz-me bem, uma vez ou outra chegar a casa com fome.

Faz-me bem, uma vez ou outra fumar um maço de tabaco sozinha.

Faz-me bem, uma vez ou outra ficar sem nicotina no organismo.

Faz-me bem, uma vez ou outra, bater com a porta e gritar.

Faz-me bem, uma vez ou outra acordar os vizinhos com uma bebedeira.

Faz-me bem uma vez ou outra, não acordar o dia inteiro.

Faz-me bem, uma vez ou outra levantar-me cedo e ir meter-me na banheira ás 7h da manhã.

Faz-me bem, uma vez ou outra não dormir.

Faz-me bem, uma vez ou outra, comer pipocas e ver um filme.

Faz-me bem uma vez ou outra, abalar e não voltar durante algumas horas.

Faz-me bem, uma vez ou outra ficar sem mensagens.

Faz-me bem, uma vez ou outra cantar baixinho, mas o dia inteiro.

Faz-me bem, uma vez ou outra acordar e pensar que a luta mais rara e mais obcessiva da vida é aquela que nos deixa sem forças, e faz-me bem uma vez ou outra levantar a cabeça, erguê-la e nunca mais baixá-la.

Conservar a vida é a melhor e mais poderosa missão que tens que cumprir.
helena urbano

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