
Faz-me bem, uma vez ou outra, apanhar a chuva da vida.
Faz-me bem, uma vez ou outra, rir e chorar ao mesmo tempo.
Faz-me bem, uma vez ou outra, pensar em mim mesma.
Faz-me bem, uma vez ou outra ficar em casa dias seguidos.
Faz-me bem, uma vez ou outra chegar a casa com fome.
Faz-me bem, uma vez ou outra fumar um maço de tabaco sozinha.
Faz-me bem, uma vez ou outra ficar sem nicotina no organismo.
Faz-me bem, uma vez ou outra, bater com a porta e gritar.
Faz-me bem, uma vez ou outra acordar os vizinhos com uma bebedeira.
Faz-me bem uma vez ou outra, não acordar o dia inteiro.
Faz-me bem, uma vez ou outra levantar-me cedo e ir meter-me na banheira ás 7h da manhã.
Faz-me bem, uma vez ou outra não dormir.
Faz-me bem, uma vez ou outra, comer pipocas e ver um filme.
Faz-me bem uma vez ou outra, abalar e não voltar durante algumas horas.
Faz-me bem, uma vez ou outra ficar sem mensagens.
Faz-me bem, uma vez ou outra cantar baixinho, mas o dia inteiro.
Faz-me bem, uma vez ou outra acordar e pensar que a luta mais rara e mais obcessiva da vida é aquela que nos deixa sem forças, e faz-me bem uma vez ou outra levantar a cabeça, erguê-la e nunca mais baixá-la.
Conservar a vida é a melhor e mais poderosa missão que tens que cumprir.
helena urbano
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